Tx Mt. 16. 21. Mt 27.45-51
Pastor Benigno Bianchini
Igreja Assembleia de Deus, Brasil-MG
ADIMMREI – 11-12-2024
Como responder à objeção levantada por muitos judeus de que o sacrifício de Jesus não poderia ser aceito por Deus, já que a Lei de Moisés proíbe sacrifícios humanos?
A questão sobre porque Deus aceitou o sacrifício de Jesus, apesar da aparente contradição entre a proibição bíblica de sacrifícios humanos e a aceitação do sacrifício de Cristo na cruz, é profundamente teológica e deve ser explicada à luz da Bíblia. Aqui estão os principais pontos que ajudam a esclarecer essa questão: A seguir, apresento oito exemplos que podem ajudar a explorar o tema: Segue a resposta revisada, com comentário, lição, exemplo bíblico e versículos de apoio para cada tópico:
1. Deus Não Aceita Sacrifícios Humanos Pecaminosos
Versículo: Deuteronômio 12:31; Jeremias 19:5 (“Tofete:” Lugar da Chama)
Comentário: Deus rejeita sacrifícios humanos feitos em contextos de idolatria e pecado. Esses atos eram práticas abomináveis entre os povos pagãos, incompatíveis com a santidade divina.
Lição: Deus não exige nem aprova sacrifícios que violam e contradizem Seu caráter santo, justo e a Sua Lei.
Exemplo Bíblico: O sacrifício de filhos a Moloque, condenado em Levítico 18:21. O sacrifício de crianças a Moloque (2 Reis 23:10) foi condenado por Deus.
2. Jesus Não Era Um Homem Comum, Mas o Filho de Deus
Versículo: Hebreus 4:15; João 1:14
Comentário: Jesus, sendo o Filho de Deus, era sem pecado e perfeitamente santo. Sua dupla natureza — divina e humana — torna Seu sacrifício único e aceitável diante de Deus.
Apenas alguém perfeito e sem pecado poderia oferecer um sacrifício pleno e suficiente para expiar os pecados do mundo. O sacrifício de Jesus é único e incomparável, porque Ele é tanto divino quanto sem pecado. Se Jesus fosse apenas um homem comum, Seu sacrifício não alcançaria a perfeição necessária para ser aceito por Deus. Por quê?
Todos os seres humanos estão sob a mesma condição de pecado: “pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus” (Romanos 3:23). Um homem pecador não pode salvar outro homem pecador; é como alguém profundamente endividado tentar quitar a dívida de outro igualmente endividado.
Porém, Jesus é diferente. Sendo plenamente Deus e plenamente homem, Ele viveu uma vida absolutamente sem pecado. Sua natureza divina garantiu que Ele fosse perfeito, e Sua natureza humana tornou possível que Ele assumisse nosso lugar. Por isso, o sacrifício de Jesus foi aceito por Deus: Ele ofereceu a si mesmo como o Cordeiro puro e imaculado, capaz de carregar os pecados de toda a humanidade.
Somente Cristo, que é santo e irrepreensível, poderia satisfazer a justiça divina e, ao mesmo tempo, oferecer graça abundante a todos os que creem. Ele é o Salvador perfeito porque nunca pecou – porque Ele é Deus. “Quem dentre vós me convence de pecado?…” (Jo 8.46).
Exemplo Bíblico: A declaração de João Batista: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (João 1:29). O que João viu não foi um homem, mas o Cordeiro que seria sacrificado. Pense nisso!
3. O Sacrifício de Jesus Cumpriu as Sombras do Antigo Testamento
Versículo: Hebreus 10:1-4; 1 Pedro 1:19
Comentário: Os sacrifícios do Antigo Testamento eram simbólicos, apontando para o sacrifício perfeito de Cristo. Ele é o “Cordeiro sem defeito e sem mácula”.
Lição: Jesus é o cumprimento perfeito do sistema sacrificial, trazendo redenção eterna.
Exemplo Bíblico: Os sacrifícios de animais no Tabernáculo prefiguravam a obra redentora de Cristo. O sacrifício do cordeiro na Páscoa (Êxodo 12:5) simbolizava Cristo.
4. O Sacrifício de Jesus Foi Voluntário e Substitutivo
Versículo: João 10:17-18; Isaías 53:5-6
Comentário: Jesus entregou Sua vida de forma voluntária, assumindo o lugar dos pecadores e satisfazendo a justiça de Deus. Ele é o substituto perfeito.
Lição: O amor e a obediência de Jesus ao Pai são demonstrados em Sua entrega por nós.
Exemplo Bíblico: A substituição do carneiro no lugar de Isaque, em Gênesis 22:13.
5. A Ressurreição Confirma a Aceitação do Sacrifício
Versículo: Romanos 4:25; Atos 2:24
Comentário: A ressurreição de Jesus é a prova definitiva de que Deus aceitou Seu sacrifício como suficiente para redimir a humanidade.
Lição: A vitória sobre a morte confirma que Jesus é o Salvador prometido.
Exemplo Bíblico: A mensagem dos apóstolos após a ressurreição enfatiza que Deus O ressuscitou para nossa justificação (Atos 2:32-33). A ressurreição de Jesus foi testemunhada por muitos (1 Coríntios 15:3-8).
6. A Profecia e o Propósito de Deus
Versículo: Isaías 53:4-6; Gênesis 22:13-14
Comentário: O sacrifício de Jesus não foi um acaso, mas parte do plano eterno de Deus, anunciado por meio de profecias no Antigo Testamento.
Lição: A morte de Jesus é a realização do plano redentor de Deus para salvar a humanidade.
Exemplo Bíblico: A profecia do Servo Sofredor, em Isaías 53, aponta diretamente para Cristo.
7. O Sacrifício de Jesus Aboliu o Sistema Antigo
Versículo: Mateus 27:51; Hebreus 10:18
Comentário: A morte de Jesus marcou o fim do sistema sacrificial do Antigo Testamento, pois Ele ofereceu um sacrifício completo e definitivo.
Lição: Em Cristo, temos acesso direto a Deus, sem a necessidade de intermediários humanos ou sacrifícios repetidos.
Exemplo Bíblico: O véu do templo sendo rasgado simboliza o livre acesso ao Pai.
8. Jesus, o Cordeiro de Deus
Versículo: João 1:29; Êxodo 12:5
Comentário: Jesus é identificado como o Cordeiro perfeito, cujo sangue redime e protege da condenação eterna. Ele cumpre o simbolismo do cordeiro pascal.
Lição: Apenas o sacrifício perfeito de Jesus o Cordeiro de Deus pode tirar o pecado do mundo e trazer salvação.
Exemplo Bíblico: O cordeiro da Páscoa no Egito, cujo sangue livrou os israelitas da morte, é um tipo glorioso de Jesus. (Êxodo 12:7-13).
9. A Suficiência do Sacrifício de Cristo
Versículo: Hebreus 10:12-14; Mateus 27:51
Comentário: O sacrifício de Cristo é único, suficiente e definitivo. Diferente dos sacrifícios do Antigo Testamento, que precisavam ser repetidos continuamente.
Lição: Não há necessidade de novos sacrifícios; em Cristo, temos redenção plena.
Exemplo Bíblico: A proclamação de Jesus na cruz: “Está consumado” (João 19:30).
Conclusão
O sacrifício de Jesus é absolutamente incomparável. Ele não era apenas um homem, mas o Filho de Deus, identificado como o Cordeiro de Deus, sem mácula ou pecado. Foi precisamente por essa razão que Deus aceitou Seu sacrifício, porque ele é O CORDEIRO! Glória a Deus!! Na cruz, contemplamos não um simples ato de martírio, mas o Cordeiro de Deus entregando-Se em nosso lugar.
Sua morte foi voluntária, substitutiva e completamente suficiente para redimir a humanidade de sua condição de pecado. Além disso, a ressurreição de Cristo é a prova incontestável de que Deus aceitou Seu sacrifício, validando a obra redentora realizada na cruz.
Esse sacrifício não contradiz as proibições bíblicas de sacrifícios humanos. Pelo contrário, ele é singular e divino, transcendente em sua natureza, cumprindo de forma perfeita e definitiva o plano redentor que Deus anunciou desde a criação do mundo. Em Jesus, vemos o ápice da história da salvação: o amor de Deus manifestado em sua forma mais pura, reconciliando o Criador com Sua criação.