Lições dos Figos Bons e Maus – Jeremias 24


Tx. Jr. 24.1-10
Pastor Benigno Bianchini
Igreja Assembleia de Deus, Brasil-MG 
ADIMMREI – 11-12-2024

Introdução:
O capítulo 24 do livro de Jeremias nos apresenta uma poderosa visão: dois cestos de figos colocados diante do templo do Senhor (v.1). Um dos cestos continha figos de excelente qualidade, muito bons, enquanto o outro cesto continha figos de péssima qualidade, impróprios para o consumo (v.2). Por meio dessa visão impactante, Deus chama a atenção de Jeremias e revela o destino de Judá, simbolizado por esses dois cestos de figos.
Os figos bons (v.3) o Senhor explicou que representam os exilados na Babilônia que, apesar do julgamento, serão restaurados por Deus, (v.7) enquanto os figos ruins simbolizam aqueles que persistem em sua rebeldia e enfrentam as consequências de seus caminhos (Jr. 18.12). Essa visão não apenas reflete a condição espiritual do povo na época, mas também destaca o plano soberano de Deus de restaurar os que se arrependem e disciplinar os desobedientes.
O Cativeiro de Judá na Babilônia: Datas, Reis e Profetas
O cativeiro babilônico de Judá foi um evento marcante na história de Israel, que ocorreu em várias etapas. Aqui estão os detalhes históricos, os reis e profetas envolvidos, e o tempo determinado para o cativeiro, com versículos que comprovam as informações.
I. Datas do Cativeiro de Judá
O cativeiro babilônico ocorreu em três fases principais:
Primeira deportação: 605 a.C.
O rei Nabucodonosor da Babilônia invadiu Judá e levou os primeiros cativos, incluindo Daniel e seus amigos.
Referência bíblica: Daniel 1:1-7.
Segunda deportação: 597 a.C.
O rei Joaquim foi levado cativo, juntamente com Ezequiel e outros líderes do povo.
Referência bíblica: 2 Reis 24:10-16.
Terceira deportação: 586 a.C.
Nabucodonosor destruiu Jerusalém e o templo. O rei Zedequias foi capturado, e o restante do povo foi levado para a Babilônia.
Referência bíblica: 2 Reis 25:8-12.
II. O Rei de Judá durante o Cativeiro
Reis que governaram nesse período:
Joaquim: Governava durante a primeira deportação (2 Reis 24:1).
Joaquim (seu filho): Foi deportado para a Babilônia na segunda invasão (2 Reis 24:15).
Zedequias: Último rei de Judá, viu a destruição de Jerusalém em 586 a.C. (2 Reis 25:1-7).
III. Profetas Ativos Durante o Cativeiro
Jeremias:
Ele profetizou antes e durante o início do cativeiro, alertando sobre o juízo iminente.
Versículo: Jeremias 25:11-12 — “Toda esta terra virá a ser um deserto e um espanto; estas nações servirão ao rei da Babilônia setenta anos.”
Ezequiel:
Foi deportado para a Babilônia em 597 a.C. e profetizou para os cativos.
Versículo: Ezequiel 1:1-2 — “Aconteceu no quinto ano do cativeiro do rei Joaquim…”
Daniel:
Foi levado no primeiro cativeiro em 605 a.C. e atuou como profeta e estadista na corte de Nabucodonosor.
Versículo: Daniel 1:1-2 — “No ano terceiro do reinado de Jeoaquim, rei de Judá, veio Nabucodonosor, rei de Babilônia, a Jerusalém e a sitiou.”
IV. Duração do Cativeiro: 70 anos
Deus determinou que o cativeiro duraria 70 anos, como juízo pela desobediência de Judá.
Referência bíblica: Jeremias 25:11-12 — “Estas nações servirão ao rei da Babilônia setenta anos. Quando se cumprirem os setenta anos, castigarei o rei da Babilônia.”
A promessa do retorno foi cumprida sob o edito de Ciro, em 538 a.C., permitindo que os judeus retornassem a Jerusalém.
Referência bíblica: 2 Crônicas 36:22-23 e Esdras 1:1-4.
V. Aplicação Espiritual
O cativeiro babilônico nos ensina a importância da obediência a Deus e a seriedade de Suas advertências. Mesmo em meio ao juízo, Deus providencia graça e restauração para aqueles que confiam n’Ele. Hoje, somos chamados a evitar a idolatria e a rebeldia, vivendo em fidelidade e comunhão com o Senhor.
VI. Vamos com excelência analisar exegeticamente versículo por versículo de Jeremias 24.1-10:
Que possamos, à luz deste texto, extrair sete lições preciosas e aplicá-las ao nosso contexto atual, reconhecendo os propósitos divinos de restauração e disciplina em nossas vidas.
1. Deus é Soberano e Observa o Coração (Jeremias 24:1-2)
1.1 Comentário:
Deus dá a Jeremias uma visão de dois cestos de figos colocados diante do templo. Os figos representam duas categorias de pessoas: os obedientes e os desobedientes.
1.2 Lição: Deus observa o coração de cada pessoa e conhece suas intenções (1 Samuel 16:7). Ele separa aqueles que são fiéis dos que rejeitam Sua palavra.
1.3 Exemplo bíblico: Abel ofereceu uma oferta agradável a Deus, enquanto Caim agiu com indiferença (Gênesis 4:4-5).
Aplicação: Hoje, Deus ainda busca aqueles que têm um coração obediente e sincero em sua adoração e conduta.
2. A Disciplina Divina Tem Propósito (Jeremias 24:3-5)
2.1 Comentário:
Os figos bons simbolizam os exilados levados para a Babilônia, que Deus promete cuidar e restaurar. A disciplina visa corrigir e fortalecer.
2.2. Os Figos Bons
Os figos bons representam os exilados na Babilônia. Esses eram aqueles que, embora tivessem sofrido o trauma do exílio, estavam sob o cuidado e plano de Deus para a restauração.
2.3. Características dos Figos Bons:
2.3.1. Obediência e Aceitação da Disciplina de Deus
Esses exilados reconheciam que o exílio era uma consequência justa de seus pecados e que Deus ainda estava agindo em favor deles.
2.3.2. Exemplo bíblico:
Daniel e seus amigos, levados cativos para a Babilônia, permaneceram fiéis e prosperaram mesmo em terras estrangeiras (Daniel 1:8-9).
2.3.3. Ação Restauradora de Deus
Deus prometeu cuidar desses exilados como quem planta, constrói e restaura. Eles seriam como uma nova plantação fértil, reestabelecida para refletir Sua glória (Jeremias 24:6).
2.3.4. Exemplo fora da Bíblia:
Assim como um agricultor cuida de sementes plantadas em solo fértil, Deus cultiva a fé e a obediência nos corações daqueles que O buscam, mesmo em tempos difíceis.
2.3.5. Coração Transformado
Esses figos simbolizam pessoas que permitiram que Deus mudasse seu coração, trazendo arrependimento e renovação (Jeremias 24:7).
2.4. Lição: Deus usa circunstâncias difíceis para moldar Seu povo (Hebreus 12:6-7).
2.5. Lição para hoje: Quem aceita a correção de Deus pode experimentar transformação. O sofrimento pode ser uma oportunidade para crescer na fé.
2.6. Exemplo bíblico: José foi vendido como escravo, mas Deus usou sua situação para preservar vidas (Gênesis 50:20).
2.7. Aplicação: Mesmo em tempos difíceis, confie que Deus está trabalhando para o seu bem (Romanos 8:28).
3. Deus é Fiel em Suas Promessas (Jeremias 24:6)
3.1. Comentário:
Deus promete trazer os exilados de volta e edificá-los, reafirmando Sua aliança com eles.
3.2. Lição: A fidelidade de Deus permanece, mesmo quando enfrentamos juízo ou disciplina (Deuteronômio 7:9).
3.3. Exemplo bíblico:
O retorno de Neemias e Esdras a Jerusalém é prova de que Deus cumpre Suas promessas (Esdras 1:1-4).
3.4. Aplicação: Em meio às incertezas, confie que Deus cumprirá Suas promessas em sua vida.
4. Deus Transforma o Coração Humano (Jeremias 24:7)
4.1. Comentário:
Deus promete dar ao povo um coração para conhecê-Lo. Este é o milagre da regeneração.
4.2. Lição: Apenas Deus pode transformar um coração endurecido em um coração que O busca (Ezequiel 36:26).
4.3. Exemplo bíblico: Paulo, antes perseguidor, teve seu coração transformado no caminho para Damasco (Atos 9:3-6).
4.4. Aplicação: Permita que Deus transforme seu coração para que você possa viver em obediência e comunhão com Ele.
5. A Rebeldia Leva à Destruição (Jeremias 24:8-10)
5.1. Comentário:
Os figos ruins representam aqueles que rejeitaram a disciplina de Deus. Eles enfrentam destruição devido à sua desobediência.
5.2. Características dos Figos Maus:
5.3. Os Figos Maus
Os figos ruins representam os que permaneceram em Jerusalém ou fugiram para o Egito, rejeitando a disciplina de Deus. Eles simbolizam aqueles que desprezaram a oportunidade de arrependimento e persistiram em sua rebeldia.
5.4 Rejeição da Disciplina Divina
Enquanto os figos bons aceitaram o exílio como parte do plano de Deus, os figos maus se rebelaram contra Sua correção.
2.5. Exemplo bíblico:
Zedequias, o último rei de Judá, recusou-se a se submeter à Babilônia conforme Deus havia ordenado, resultando em destruição e vergonha (Jeremias 52:8-11).
5.6. Corrupção e Rejeição da Aliança:
Esses figos simbolizam pessoas que insistem em desobedecer a Deus, corrompendo a si mesmas e suas comunidades.
5.7. Exemplo fora da Bíblia:
Assim como frutas podres contaminam outras ao seu redor, a corrupção moral de líderes e povos que se afastam de Deus influencia negativamente aqueles ao seu redor.
5.8. Destruição como Consequência Natural:
Deus declara que os figos ruins seriam entregues ao desprezo, à vergonha e à destruição (Jeremias 24:9-10).
5.9. Lição: A rebeldia contra Deus sempre traz consequências graves (Provérbios 14:12).
5.8. Lição para hoje: Quando as pessoas rejeitam repetidamente a graça de Deus, enfrentam as consequências de sua desobediência. O afastamento de Deus leva à ruína espiritual.
5.9. Exemplo bíblico: O rei Saul desobedeceu a Deus e perdeu seu reino (1 Samuel 15:22-23).
5.10. Aplicação: A desobediência contínua nos afasta de Deus e de Suas bênçãos. É tempo de arrependimento.
6. O Juízo Divino é Justo (Jeremias 24:9)
6.1 Comentário:
Deus declara que os que rejeitam Sua aliança serão motivo de desprezo e vergonha em todas as nações.
6.2. Lição: O juízo de Deus é sempre justo e reflete Sua santidade (Salmos 9:7-8).
6.3. Exemplo bíblico: A destruição de Sodoma e Gomorra foi um exemplo do juízo justo de Deus (Gênesis 19:24-25).
6.4. Aplicação: Devemos viver em temor e reverência ao Senhor, reconhecendo que Ele é justo em todos os Seus caminhos.
7. Deus Dá Tempo para Arrependimento (Jeremias 24:10)
7.1. Comentário:
A destruição mencionada é acompanhada de uma oportunidade para arrependimento. Deus não tem prazer na morte do ímpio, mas deseja que se arrependam (Ezequiel 33:11).
7.2. Lição: O tempo da graça é hoje; aproveite-o para se voltar para Deus (2 Coríntios 6:2).
7.3. Exemplo bíblico: Os habitantes de Nínive se arrependeram e evitaram a destruição (Jonas 3:5-10).
7.4. Aplicação: Deus ainda oferece oportunidade para arrependimento. Não endureça o coração, mas volte-se para Ele.
7.5. Aplicação Prática:
Vivemos em um tempo em que o mundo tenta nos desviar dos caminhos de Deus. Como os figos bons, sejamos fiéis, mesmo em tempos difíceis, confiando no propósito e nas promessas de Deus. Testemunhemos de Sua graça em nossas vidas, mostrando ao mundo que, em Cristo, há restauração e esperança.
7.6. Versículo-chave para memorizar:
“E dar-lhes-ei um coração para que me conheçam, porque eu sou o Senhor; e eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus, porque se converterão a mim de todo o seu coração.” (Jeremias 24:7)
Conclusão:
A visão de Jeremias nos lembra que Deus é justo, mas também misericordioso. Ele disciplina os que ama, restaura os arrependidos e traz juízo sobre os rebeldes. Hoje, somos chamados a refletir: somos figos bons ou maus? Permitimos que Deus trabalhe em nossas vidas para nos moldar segundo Sua vontade?
 

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *

Advertising

Categories

Advertising
Advertising

Sign up for our newsletter

Advertising

Other news

en_USEnglish
Verified by MonsterInsights