A maldade é uma sombra que paira sobre a humanidade, e em momentos de calamidade, ela se torna ainda mais evidente. No Rio Grande do Sul, onde as chuvas torrenciais têm devastado comunidades, um cenário trágico se desenrola. Enquanto famílias lutam para sobreviver às enchentes, um mal ainda mais profundo emerge: o abuso de crianças.
Em meio ao caos das águas, crianças são separadas de seus responsáveis, encontrando refúgio em abrigos. O resgate de casas submersas muitas vezes revela histórias de horror. Como podemos compreender a mente de alguém que, mesmo enfrentando uma calamidade, perpetra atos tão cruéis?
O trabalho incansável de assistentes sociais e psicólogos é fundamental nesse momento. Eles buscam identificar crianças e seus responsáveis, muitas vezes enfrentando desafios quando os adultos estão em abrigos diferentes. A identificação completa nem sempre é possível, mas a cautela é essencial ao entregar crianças a quem se apresenta como pai ou mãe. Afinal, a inocência das crianças não deve ser explorada.
Algumas chegam aos abrigos com sorrisos, abraçando a esperança. Outras, porém, carregam sinais de debilitação total, marcadas pela violência e pelo trauma. A perda de tudo – casa, pertences e segurança – deixa cicatrizes profundas.
Nesse cenário, as palavras precisam ser escolhidas com cuidado. Conversar com crianças requer sensibilidade. Perguntas como “Onde tu mora?” ou “O que tu gostas de fazer?” não fazem sentido quando tudo foi perdido. Mesmo quando os pais chegam para resgatar seus filhos, eles não estão voltando para casa. A tragédia deixa órfãos não apenas de lares, mas também de um mundo que já não existe.
Abrace a esperança. Apoiemos as vítimas, denunciemos os abusadores e trabalhemos juntos para construir um mundo onde a maldade seja vencida pela compaixão e pelo amor. Que a luz da solidariedade brilhe mesmo nas tempestades mais escuras.
por Everton Borba, Theology Student Gazette
Fontes:
- Tragédia no Rio Grande do Sul: como crianças chegam, são recebidas e cuidadas em abrigos durante enchentes | O Assunto | G1
- Crianças e adolescentes sofreram um caso de violência por hora entre janeiro e setembro no RS, diz MP | G1
- Atendimento a crianças e adolescentes vítimas de violência sexual ganha reforço | Governo do Estado do Rio Grande do Sul
- Saúde atua no enfrentamento ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes | Governo do Estado do Rio Grande do Sul
- Unicef apoia resposta às chuvas no Rio Grande do Sul