Em sequência da nossa série sobre grandes homens de Deus e valiosos heróis da fé destas últimas gerações, estaremos conhecendo mais sobre uma grande referência cristã, um evangelista de multidões e o pai do Metodismo : Jhon Wesley.
Nascido em 17 de junho de 1703 em Epworth- Londres , Jhon Wesley ficou conhecido como o líder precursor, o clérigo, teólogo e fundador da Igreja Metodista. Antes de ter marcado um período de avivamento no Reino Unido, a relação de John Wesley com a religião era um pouco mais retraída. Ele nasceu em um lar fortemente anglicano: seu pai, Samuel, era padre e sua mãe, Susanna, ensinava os valores religiosos aos 19 filhos. (1)
Ainda na infância, com cinco anos de idade John Wesley foi o último a ser salvo, de forma miraculosa, em um incêndio que destruiu toda sua casa, onde ficara preso no segundo andar. A partir desse dia Susana, sua mãe, dedicou-lhe atenção especial, pois entendeu que Deus havia poupado sua vida para algo muito especial. Depois desse acontecimento, John Wesley ficou conhecido como ”um tição tirado do fogo” referindo-se a Zacarias 3: 1-2. Ainda aos cinco anos de idade, Susana Wesley começou a alfabetizá-lo, usando o livro dos Salmos como apostila. John estudou com sua mãe até os 11 anos. Entrou, então, para uma escola pública, onde ficou como aluno interno por seis anos. Aos 17 anos, foi para a Universidade de Oxford.(2)
Quando iniciou seus estudos na Universidade de Oxford, na Inglaterra, Wesley foi ordenado para o ministério anglicano e se juntou ao “Clube Santo”. Fundado por seu irmão, Charles, o grupo incentivava seus membros a passar todas as tardes estudando a Bíblia, comungar uma vez por semana, orar diariamente e visitar as prisões regularmente. Sua visão religiosa começou a mudar a partir de 1735, quando Wesley partiu em um navio rumo à América com colonos ingleses e cristãos morávios (vindos da República Tcheca). Na viagem missionária, ele foi profundamente tocado pela devoção dos protestantes morávios e passou a reavaliar sua fé. “Eu fui a América para converter os índios, mas, óh! Quem me converterá?”, escreveu ele mais tarde.(1)
À convite de alguns morávios que conheceu na viagem, Wesley participou de uma reunião religiosa em Londres, em maio de 1738, e ouviu alguém ler o comentário de Martinho Lutero sobre o livro de Romanos. Naquele dia, ele teve uma profunda experiência espiritual. “Senti meu coração estranhamente aquecido. Senti que confiava em Cristo, somente em Cristo, para a salvação; e me foi dada uma garantia de que Ele havia perdoado os meus pecados”, escreveu.(1)
Pregação nas ruas
Enquanto isso, na cidade industrial de Bristol, um ex-membro do Clube Santo, George Whitefield, estava pregando nas ruas para centenas de pobres da classe trabalhadora, oprimidos pela industrialização da Inglaterra e negligenciados pela igreja. Wesley chegou a questionar a pregação ao ar livre de Whitefield, mas logo se entusiasmou com o novo método de ministério e passou a liderar o movimento. Ele não pretendia fundar uma nova denominação, mas as circunstâncias foram contra seu desejo de permanecer na Igreja da Inglaterra. Wesley fazia suas pregações itinerantes em horários alternativos, para não interromper os cultos anglicanos. Uma das frases que marcou seu ministério nas ruas é: “O mundo é minha paróquia”. (1)
Nos 50 anos seguintes, Wesley pregou em média de três sermões por dia; a maior parte ao ar livre. Houve uma vez que pregou a cerca de 14.000 pessoas. Milhares saíram da miséria e imoralidade e cantaram a nova fé nas palavras dos hinos de Charles Wesley, irmão de John. Os dois irmãos deram à religião um novo espírito de alegria e piedade. Com tanto serviço, Wesley andava por toda a parte a cavalo, conquistando o apelido de ‘O Cavaleiro de Deus’. Calcula-se que, em 50 anos, Wesley tenha percorrido 400 mil quilômetros e pregado 40 mil sermões, com uma média de 800 sermões por ano. John Wesley deixou um legado de 300 pregadores itinerantes e mil pregadores locais.(2)
Os seguidores de Wesley passaram a se reunir em grupos menores semanalmente, onde oravam, estudavam a Bíblia e coletavam ofertas que eram destinadas à caridade. O movimento cresceu rapidamente, assim como seus críticos, que chamavam Wesley e seus seguidores de “metodistas” — um rótulo que usavam com orgulho. Muitos eram frequentemente recebidos com violência, enquanto homens pagos rompiam reuniões e ameaçavam a vida de Wesley. Mesmo assim, ele continuou fazendo campanhas sobre questões sociais, como a reforma das prisões e a educação universal.(1)
A Igreja Metodista, como Igreja propriamente, organizou-se primeiro nos EUA e depois na Inglaterra (somente após a morte de Wesley, no dia 2 de março de 1791). Faleceu a 2 de março de 1791, em Londres, Inglaterra. Encontra-se sepultado em Wesleys Chapel, Grande Londres, Londres, Inglaterra. (2)
Doutrina e Legado
- Wesley ensinava que a conversão a Jesus é comprovada pela prática (testemunho), e não pelas emoções do momento.
- Valorização dos pregadores leigos que participavam lado a lado com os clérigos da Missão de evangelização, assistência e capacitação de outras pessoas.
- Afirmava que o centro da vida cristã está na relação pessoal com Jesus Cristo. É Jesus quem nos salva, nos perdoa, nos transforma e nos oferece a vida abundante de comunhão com Deus.
- Valorizava e recuperava em sua prática a ênfase na ação e na doutrina do Espírito Santo como poder vital para a Igreja.
- Reconhecia a necessidade de se viver o Evangelho comunitariamente. John Wesley afirmou que “tornar o Evangelho em religião solitária é, na verdade, destruí-lo”.
- Preocupava-se com o ser humano total. Não é só com o bem-estar espiritual, mas também com o bem-estar físico, emocional, material. Por isso devemos cuidar do nosso próximo integralmente, principalmente dos necessitados e marginalizados sociais.
- Podemos afirmar que o bem-estar espiritual é o resultado da paz de Cristo que alcança todas as áreas da vida do cristão. É o resultado do bem-estar físico, emocional, econômico, familiar, comunitário. Tudo está nas mãos de Deus, nele confiamos e Ele é fiel em cuidar de nós. Sua salvação alcança-nos integralmente.
- Enfatizava a paixão pela evangelização. Desejamos e devemos trabalhar com paixão, perseverança e alegria para que o amor e a misericórdia de Deus alcancem homens e mulheres em todos os lugares e épocas.
- Aceitava as doutrinas fundamentais da fé cristã, conforme enunciadas no Credo Apostólico (Cremos na Bíblia, em Deus, em Jesus Cristo, no Espírito Santo, no ser humano, no perdão dos pecados, na vitória por meio da vida disciplinada, na centralização do amor, na segurança e na perfeição cristã, na Igreja, no Reino de Deus, na vida eterna, na segunda vinda de Jesus, na graça de Deus para todos, na possibilidade da queda da graça divina, na oração intercessora, nas missões mundiais, cremos profundamente no Amor de Deus em nossa vida, no amor dos irmãos.), enfatizando o equilíbrio entre os atos de piedade (atos devocionais) e os atos de misericórdia (a prática de amor ao próximo).
Portanto, o evangelista Jhon Wesley foi um dos maiores exemplos de cristãos nas últimas décadas, construindo um legado com poder e autoridade, onde sua preocupação era povoar o Reino de Deus, mas principalmente levar as pessoas a terem o conhecimento genúino e verdadeiro, do que Jesus nos deixou de legado e dedicação aqui na Terra.
- Conheça a história de John Wesley, o homem que provocou avivamento na Europa – Guiame / https://guiame.com.br/gospel/mundo-cristao
- John Wesley – Wikipédia, a enciclopédia livre / https://pt.wikipedia.org/wiki/Jhon_Wesley
- Daniel R. Jennings, The Supernatural Occurrences Of John Wesley, SEAN Multimedia, Oklahoma City, OK 2005
One Response
E a oração move os céus e provoca milagre