Como cheguei a me encontrar com Jesus

Esta é a minha primeira publicação e gostaria de me apresentar de uma forma diferente. Vou começar desde o início, com o meu nascimento no Brasil, e ao longo da história, vocês irão descobrir minha profissão e os temas que abordarei aqui. Meu nome é Elizabeth, mas não era esse o nome que minha mãe havia escolhido inicialmente para mim. Ela sofria de uma condição anatômica que a impedia que chegasse ao final da gravidez, resultando na perda de dois bebês antes da minha irmã mais velha nascer. Infelizmente, na época, a tecnologia disponível não era tão avançada quanto a de hoje.

Quando minha mãe engravidou de mim, ela tomou todas as precauções necessárias. No entanto, os médicos disseram que a situação era semelhante à que havia ocorrido com os dois primeiros bebês, mas com 50% de chance de sobrevivência. Durante esse período, meus pais tinham acabado de se converter juntos na mesma religiao.

Minha mãe ficou de repouso e foi para o hospital, onde orou fervorosamente. Em suas orações, minha mãe suplicou a Deus que me deixasse viver e prometeu mudar meu nome para Elizabeth, que significa “Consagrada a Deus”. Ela também se comprometeu a me consagrar dentro do seu ventre, caso Deus permitisse que eu sobrevivesse.
Assim que terminou a oração, pegou sua Bíblia e, como se Deus respondesse quase de imediato, leu o primeiro versículo que viu, que dizia: “E viverás!” Com essa experiência milagrosa e reconhecendo que Deus era um Deus de milagres, minha mãe passou a acreditar firmemente que eu nasceria. Nasci prematura, mas tudo ocorreu bem, como vocês podem ver.

Desde pequena, estive envolvida na igreja, e o que mais me fascinava eram as histórias dos missionários. Meu pai, que é médico, me levava desde pequena para acompanhá-lo em suas visitas aos hospitais e dedicava um dia para o trabalho médico missionário. Ele me levava para dar estudos bíblicos às pessoas, orava com os doentes, e isso foi alimentando em mim o desejo de me tornar missionária.

Quando eu era pequena, dizia que queria ser médica para “fazer bebês nascerem” (obstetra), mas os planos de Deus são maiores do que os nossos. Aos 16 anos, meu pai me enviou para uma escola na Califórnia, um internato cristão, para terminar o ensino médio. Foi lá que tive meu primeiro encontro com Deus e recebi um sonho que nunca vou esquecer. Naquela escola, era obrigatório trabalhar e, conforme o ano em que você estava, podia escolher onde trabalhar: no refeitório (cafeteria), como jardineira (cuidando do gramado, cortando arbustos, removendo ervas daninhas dos cactos, etc.), na lavanderia, ou ajudando os professores com a correção de provas ou como assistente.

Como cheguei no “Junior year”, fui designada para trabalhar no refeitório e depois como jardineira da escola. Quando me tornei “Senior year”, pude escolher e, prontamente, optei por trabalhar como assistente do professor. Durante o verão, permaneci na escola e, um dia, escrevi uma carta para Deus (que ainda tenho guardada), e ela dizia:


“Dear God, I know my condition; they are no good before Your eyes. First, I ask for forgiveness
because I am sometimes lazy and selfish. I want to be purified by You, oh Lord of my life! I have
been through a lot of problems lately, but deep in my heart, I want to become a missionary doctor
to ease people’s pain and cure people from suffering and the main object is to let them know about
Jesus and express You through my acts. Dear God, this is what I ask for my entire life! Grant me
this gift; I love you, Lord. Dear God in Heaven, forgive my sins; forgive me because I am not
spending the appropriate time with You, and I would like to spend more time with You. I believe in
You, my Lord; I believe God can change my life forever. I believe You can do a miracle in my life. I
will follow the signs that are given to me. Save me from my wickedness, save me from sinning
today, and fill my life with the Holy Spirit. In the name of Jesus, Amen.” July, 1998.


Naquela época, eu tinha apenas 16 anos. Lembro-me de ter entrado no refeitório, feliz com a minha escolha de estar no último ano do ensino médio (High School), e me sentei para almoçar. Logo em seguida, alguém se aproximou e me perguntou: “Você é a Elizabeth?” Eu respondi que sim. Ele pediu permissão para se sentar comigo, pois gostaria de conversar sobre um assunto. Então, ele se apresentou e disse: “Eu sou o diretor do núcleo de missões, e você se inscreveu para fazer parte do nosso time, não foi?” Assustada, parei de comer e respondi: “NÃO! Acho que houve um engano. Eu não posso estar no time, não sou fluente em inglês e me assusta ouvir isso, pois apliquei para ajudar o professor de inglês exatamente para aprender mais a língua.” Ele disse: “Peço desculpas, mas, no momento, não podemos mudar isso. Você precisa falar com o coordenador da escola e ver se ele consegue te colocar na posição que você escolheu, já que está no último ano e pode fazer essa escolha.”

Levantei-me prontamente e, antes de sair, ele acrescentou: “Nos reuniremos daqui a uma hora e meia. Fica no prédio ao lado, na sala tal.” Eu estava angustiada, pois não tinha fluência no inglês e, quando ouvia falar desse grupo, logo pensava que nunca faria parte dele, pois eles saíam às ruas vendendo livros e orando com as pessoas. Como eu poderia fazer isso com apenas 6 meses no país?

Entrei na sala do coordenador da escola e pedi para mudar a meu trabalho, pois não havia me aplicado para isso. Ele respondeu: “Olha, Elizabeth, parece que você realmente se inscreveu para o time do Mr. Marshall. Todos os lugares estão ocupados pelos professores, mas temos uma vaga na lavanderia.” Eu disse: “Coloque-me na lavanderia, então.” Ele mexeu os ombros e disse: “Não se preocupe, se você não gostar da lavanderia, pode se reunir com o time na semana que vem.” Saí de lá e fui direto para a lavanderia.

O dia foi exaustivo e, ao chegar no meu quarto, estava muito confusa. À noite, lembrei da carta que havia escrito e até questionei a Deus, dizendo: “Como vou fazer isso? É isso mesmo que o Senhor quer? Tenho medo.”
Naquela noite, tive um sonho. Não costumo ter sonhos tão vívidos e coloridos como aquele, mas lembro dele como se fosse ontem. No sonho, eu estava andando pelas ruas da vizinhança perto da escola, com livros nas mãos. Quando olhei para o alto, vi uma luz muito forte que parecia mais clara que o sol e que fez com que eu desviasse os olhos. Então, vi uma placa azul de rua com a inscrição: “God’s people” escrito em branco com letras garrafais. Nunca vou esquecer como esse sonho foi marcante para mim, pois ouvi uma voz dizendo: “Este é o meu povo! Vá e siga em frente.”

Naquela mesma manhã, procurei o Mr. Marshall e disse que iria integrar o time. Ele respondeu: “Ótimo! Hoje você será encarregada de fazer nosso devocional antes de sairmos às 15h.” Aquilo me deu um frio na barriga e, quando cheguei para a reunião, disse: “Mr. Marshall, meu inglês não é bom, não sei se conseguirei fazer o devocional.” Ele respondeu: “Faça do jeito que puder, nem que seja uma oração, mas lembre-se: Deus é quem nos capacita.”

Ele me entregou um roteiro (canvas) com instruções de como eu deveria me apresentar para as pessoas. Era como um guia sobre as palavras certas a serem usadas, como abordar as pessoas e como não me confundir. Eu deveria seguir aquele roteiro.

Naquele dia, não segui o roteiro, não decorei nada. Saí e falei o que conseguia dizer, do meu jeito, e foi o dia em que mais vendi livros e fiz orações com todas as pessoas com quem tive contato. Éramos um grupo, então o Mr. Marshall deixava dois de nós em cada vizinhança e nos monitorava até a hora de voltar.


Naquele dia, senti que não era uma questão de escolha pessoal, não se tratava das minhas vontades, do que eu queria fazer ou do que achava ser o caminho certo para mim.

Era sobre como Deus escolhe, dirige e comanda, mesmo quando não consigo ver. Ele me direcionou em tudo e me colocou ali naquele lugar, como se Sua mão me agarrasse de onde eu estava e me conduzisse de maneira quase sobrenatural para o propósito que Ele tinha para mim naquele momento.

Hoje, posso ver claramente como tudo o que vivi naquele ano mudou completamente a minha vida. Assim como peças de um quebra-cabeça, minha vida foi se moldando desde então. Aquelas primeiras peças ainda são a base da minha vida hoje; não apenas me ajudaram em todos os aspectos da minha vida, mas também foram essenciais para o que vivo hoje.

TO BE CONTINUED…
Por Elizabeth Moraes de Paula, Theology Student Gazette.

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